Bom, na metade do curso, os alunos costumam fazer um estágio (que a Escola chama de summer internship) em alguma empresa que tenha programa de estágio para alunos de MBA. Ele tem duração de 3 meses e vai do meio de maio ao meio de agosto. O João aplicou para algumas empresas e recebeu proposta de duas: Fisher-Price (cuja sede fica em East Aurora, a três horas de Ithaca) e Google Brasil (em São Paulo). Como queremos voltar para o Brasil ao final do MBA, e como o João sempre quis trabalhar no Google (quem não adoraria? Hehe), ele achou melhor fazer o estágio no Brasil e acabou aceitando a proposta do Google.
Assim que ele aceitou a proposta, começamos a organizar tudo para passar essa temporada no Brasil! Nossa casa em SP, passagens, as contas do apartamento de Ithaca... Mas a maior preocupação era como levaríamos a Kyra. Descobrimos que as companhias aéreas não levam mais bulldogs e outros cachorros de focinho achatado, pois muitos deles, durante o transporte no porão de carga do avião, se agitam, superaquecem, ficam com dificuldade para respirar e acabam morrendo. Depois de passar vários dias angustiados e pesquisando alguma maneira possível de levar a Kyra, uma diretora da NET nos ajudou e conseguiu que a TAM abrisse uma exceção e a transportasse (para isso, tivemos que assinar um termo dizendo que não responsabilizaríamos a empresa se algo acontecesse com ela). A parte triste é que tivemos que tomar uma difícil decisão: deixar a Kyra no Brasil na casa do pai e da mãe, já que não poderíamos (e nem queríamos) arriscar voar com ela novamente. Difícil, mas necessário. Tentamos ver o lado positivo: ela vai receber bastante carinho na casa dos avós, não vai mais precisar passar por viagens de avião e vai ficar longe da gente só nove meses (do fim de agosto até maio, quando o João se forma).
Para evitar que o transporte fosse feito no calor (o que pode piorar o superaquecimento), nós combinamos que eu iria no início de maio com a Kyra e o João iria dez dias depois. No dia 1o de maio, arrumei as minhas malas e a mala da Kyra (com todas as coisas dela), e fomos de carro para Nova York, pois o voo sairia do JFK. Fomos eu, o João e a Nanana (depois do aniversário do João, o Zeca voltou para o Brasil e ela ficou conosco, inclusive voltou com o João para Ithaca para passar mais alguns dias depois que viajei para SP). Meu voo era só no dia 3 de maio, mas fomos dois dias antes para que a Kyra não precisasse fazer duas viagens longas muito perto uma da outra (cinco horas de carro e dez horas de avião não é fácil, né?). Aproveitamos esses dias para ir ao cabeleireiro e fazer algumas compras :)
Nosso hotel no Queens, quase ao lado do aeroporto |
Fui a viagem toda rezando. Quando saí do avião e encontrei ela ao lado da esteira de bagagem, sentadinha dentro da crate super bem e calminha, comecei a chorar! Tive que explicar para a moça da TAM que a trouxe que era choro de alívio por não ter acontecido nada com ela, já que não era uma viagem fácil para bulldogs... Que mico! Bom, no fim, graças a Deus, deu tudo certo! Ela só estava toda espremida num canto da crate porque fez cocô e não queria encostar nele, rsrs! Bonitinha!
O Zeca foi nos buscar no aeroporto e nos deixou em casa. Já era tarde da noite então me deitei logo porque estava com muita dor de cabeça (muita tensão), e deixei a Kyra dormir no quarto comigo porque ela tinha passado por bastante coisa, né? :)
No dia seguinte ele foi nos buscar para almoçar na casa deles. Deu um banho na Kyra de manhã e depois fez churrasco, uma delícia!
À tarde fui ao supermercado para comprar as coisas básicas para a casa. No fim do dia comecei a desfazer as malas e a colocar as roupas no lugar, mas bem sem pressa, pois a casa precisava de bastante organização e não dava para fazer tudo de uma vez só, né? Afinal, teria três meses pela frente para desencaixotar as coisas que estavam guardadas há três anos e arrumar tudo.
Enquanto eu trabalhava, alguém já estava adaptada e se sentindo em casa:
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